A economia circular se torna real.
Aquela bandeja plástica na foto acima não parece muito, mas pode ser o começo de algo grande. A UBQ Materials é uma empresa certificada B em Israel que, de acordo com um comunicado de imprensa, “patenteou uma tecnologia que converte o lixo doméstico em um termoplástico bio-plástico positivo para o clima”.
“Não confundir com a reciclagem padrão que requer uma triagem altamente desenvolvida, a tecnologia da UBQ recebe lixo destinado a aterros sanitários que inclui tudo; restos de alimentos, papel, papelão e plásticos mistos e pode converter tudo isso em um único material termoplástico composto compatível com as máquinas industriais e os padrões de fabricação”.
Eles estão fazendo um grande negócio com o maior franqueado McDonald’s do mundo, Arcos Dorados no Brasil, para fabricar 7.200 novas bandejas para servir. No processo, eles já desviaram 2600 libras (1200 quilos) de resíduos de aterros e “cada tonelada de UBQ produzida evita quase 12 toneladas de dióxido de carbono equivalente para o meio ambiente”.
Em seu website e neste vídeo, a empresa descreve como eles fazem parte do movimento da economia linear do take-make-waste para a economia circular, descrita pela Fundação Ellen MacArthur como aquela que “implica em dissociar gradualmente a atividade econômica do consumo de recursos finitos e projetar o desperdício fora do sistema”.
Tenho sido desdenhoso das afirmações de que os resíduos plásticos poderiam ser recuperados através de uma reciclagem química sofisticada e cara, escrevendo em How the Plastics Industry Is Hijacking the Circular Economy que “esta farsa de uma economia circular é apenas mais uma forma de continuar o status quo, com algum reprocessamento mais caro”. Mas a abordagem da UBQ é diferente. Não é perfeitamente circular, pois não estão produzindo um plástico tão puro quanto o original; é um composto que poderia ser chamado de downcycling ao invés de reciclagem.

O processo UBQ leva sua mistura regular de resíduos indiferenciados de alimentos, plástico, papel ou o que quer que seja, que “é reduzida a seus componentes naturais mais básicos”. A nível de partículas, estes componentes naturais se reconstituem e se ligam em um novo material composto – o UBQ”. É tudo proprietário e patenteado, US8202918B2:

“Os resíduos heterogêneos incluem um componente plástico e um componente não plástico, e o componente não plástico inclui uma pluralidade de pedaços de resíduos. Os resíduos heterogêneos são aquecidos para derreter pelo menos uma porção do referido componente plástico e reduzir um volume do referido resíduo heterogêneo, e então misturados (por exemplo, girando uma câmara de mistura) até que pelo menos algumas dessas peças sejam encapsuladas pelo componente plástico derretido. Após o resfriamento, a mistura opcionalmente se ajusta em um material composto”.
Como melhor posso dizer, os resíduos são cozidos a cerca de 400 graus até se decomporem em seus componentes básicos de lignina, celulose e açúcares. A lignina é um biopolímero que é o material entre as fibras de reforço de celulose em uma árvore, portanto, quando tudo isso é misturado com os plásticos derretidos e acredito que alguns termoplásticos adicionados, ele se torna um material composto forte que a UBQ pode moldar não apenas em bandejas para o McDonald’s, mas também em tubos plásticos, cestos de lixo, paletes e produtos industriais que não precisam ser feitos de plásticos de grau alimentício. Quase qualquer tipo de resíduo pode entrar nele, de acordo com a patente, “não há nenhuma limitação adicional sobre o tipo de resíduo, e nenhuma limitação e fonte de resíduos”. Os tipos apropriados de resíduos incluem, mas não estão limitados ao lixo doméstico, lixo industrial, lixo médico, lama marinha de borracha e material perigoso”.

De acordo com a Avaliação do Ciclo de Vida, há benefícios ambientais significativos em comparação aos termoplásticos convencionais como o polipropileno, alegando uma significativa pegada positiva de carbono.1 Também reduz a quantidade de material que vai para aterros sanitários (onde os resíduos orgânicos apodrecem e liberam metano) e reduz a necessidade de combustíveis fósseis.

Eles alegam que o produto resultante é seguro para as pessoas e o meio ambiente, e “não apresenta nenhuma preocupação com a saúde ou segurança”. Testes realizados por laboratórios independentes líderes, utilizando as mais rigorosas regras de resíduos perigosos dos EUA e da Europa, bem como as normas Cradle-to-Cradle. Ele também está em conformidade com o REACH”. Eles observam que “o material tem preço competitivo em comparação com os plásticos convencionais, ao mesmo tempo em que proporciona um valor agregado ambiental significativo”.
Agora compare isto com o projeto de US$ 670 milhões em Quebec que cobrimos recentemente, que transforma resíduos e hidrogênio e oxigênio eletrolíticos em etanol e matérias-primas químicas. Não achei que fizesse muito sentido, mas este conceito UBQ parece muito mais acessível, acessível e alcançável em um prazo razoável.

Por muitos anos reclamei sobre reciclagem, onde as empresas nos dão palmadinhas na cabeça para separar nossos resíduos em silos para que talvez, se tivermos sorte, parte do plástico possa se tornar um banco ou uma madeira de plástico. Depois reclamei sobre como as empresas iriam economizar reciclando pegando o plástico e passando por elaborados processos químicos para transformá-lo de volta em matéria-prima.

E aí vem uma empresa, a Certifed B ainda, o que significa que ela “equilibra propósito e lucro” – eles são legalmente obrigados a considerar o impacto de suas decisões sobre seus trabalhadores, clientes, fornecedores, comunidade e o meio ambiente. Ela promete levar todo o nosso lixo (não mais classificação!) e mantê-lo fora do aterro sanitário e, em vez disso, transformá-lo em resinas termoplásticas úteis, sem muita energia, água ou emissões, com uma pegada de carbono negativa.

Se isto funcionar tão bem quanto anunciado e prometido, não vai parar com as bandejas plásticas no Brasil; será um grande negócio.
Fonte: https://www.treehugger.com/ubq-turns-garbage-into-composite-thermoplastic-5100927
Desde sempre, termos como descarte consciente, economia circular, logística reversa, crescimento sustentável e tantos outros dominaram as manifestações públicas de empresas, pesquisadores, acadêmicos, e, mais recentemente, dos chamados influencers. Do ponto de vista prático, alguém descarta itens pós-consumo que precisam ser coletados, transportados e destinados com a rastreabilidade documental pertinente. Simples, certo?
Depende!
Essa primeira parte do descarte consciente não é lá muito bem pensada, pois na maioria das vezes, pensamos que descartar significa jogar fora, ou, na melhor das hipóteses, deixar separado para ser retirado. Quando essa atitude se encontra com um termo técnico que mais parece um palavrão – cubagem – a coisa se complica.
A cubagem é a relação entre o peso do que se transporta e o volume que isso ocupa no veículo. Existe aquela estória do “o que pesa mais, um quilo de chumbo ou um quilo de penas”, e então se explica que é preciso haver uma correlação na prática para que coisas mais volumosas, ou seja, aquelas que ocupam um espaço maior no veículo, sejam “pesadas” de forma diferente. Os terminais logísticos modernos, inclusive, possuem equipamentos “cubadores” que por meio de raios infravermelhos dimensionam os volumes que passam pelas esteiras e já informam a cubagem para o cálculo do frete. Para o transporte rodoviário, a convenção é de se fazer o cálculo considerando a cubagem de 300 kg/m3.
Portanto, a pergunta é: como evitar o forte impacto da cubagem na operação de logística ambiental que é responsável por retirar itens pós-consumo descartados no país todo e consolidá-los para a destinação final certificada?
Resposta: separando o item pós-consumo das suas embalagens originais (embalagens que podem ser descartadas na reciclagem local) e utilizando embalagens retornáveis para o material que precisa seguir para a destinação final certificada, desonerando o custo do transporte envolvido na operação de logística ambiental.

É isso que a ADS Logística Ambiental faz todos os dias: descomplica, simplifica, inova, implanta, valida e atende!
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Uma visão geral dos 10 principais países
A reciclagem é um assunto cada vez mais importante com o aquecimento global e a mudança climática. Programas de gerenciamento de resíduos permitem aos países reciclar materiais para reutilizá-los, isto significa que eles não têm que depender tanto de matérias-primas. A reciclagem de resíduos, ao invés de colocá-los em aterros sanitários, também reduziu a quantidade de gases de efeito estufa produzidos. Com o uso e introdução de esquemas eficientes de reciclagem, há menos lixo em ambientes e comunidades locais e menos resíduos produzidos no total. Aqui, damos uma olhada em 10 países diferentes que lideram o caminho da reciclagem, poluição plástica e da gestão de resíduos.
10. Brasil
A cidade de Curitiba no Brasil é conhecida por seu esquema de reciclagem. Mais de 70% do lixo produzido é reciclado. Este esquema não é mais caro do que o uso de aterros sanitários e dá às pessoas da comunidade empregos. O programa de reciclagem também ajuda as pessoas das comunidades de classe mais baixa, ao levar os resíduos para os centros, são entregues fichas que podem então ser trocadas por transporte e alimentos. Os resíduos não são apenas reciclados, mas também reutilizados, ônibus velhos são renovados em escolas móveis.
9. Áustria
A Áustria tem uma das maiores taxas de reciclagem em todo o mundo. 96% da população da Áustria separam seus resíduos nas categorias recicláveis. Anualmente, todos os domicílios classificam uma média de um milhão de toneladas de resíduos. Desde o início de 2020, o país proibiu o uso de sacos plásticos.
8. Canadá
A reciclagem em Vancouver é realmente importante, os restos de alimentos são banidos dos cestos de lixo padrão, e é obrigatório ter estes resíduos no cesto de compostagem verde. Isto beneficia o país porque, quando os alimentos são descartados corretamente, liberam menos dióxido de carbono do que nos aterros sanitários.
7. País de Gales
O País de Gales recicla cerca de 65% do total de seus resíduos, eles conseguem isso através do uso de seus conselhos e de seus cidadãos. Em 17 dos 22 conselhos, os resíduos são classificados por moradores e as áreas restantes são classificadas pelo conselho. Até 2025, o País de Gales planeja reciclar 70% dos resíduos e quer transformar os 30% restantes processados pelas usinas de resíduos. O país recicla papel, vidro, cartão, latas de metal e potes de plástico, banheiras e bandejas. Este programa de reciclagem tem liderado o caminho no Reino Unido.
6. Estados Unidos
O esquema de reciclagem de São Francisco tem três categorias diferentes: compostagem, reciclagem e aterro sanitário. O composto contém: restos de alimentos, papel e aparas de jardim. Reciclado contém: papel, cartão, vidro, alumínio, plástico duro e sacos plásticos. Não há muito lixo na categoria de aterro sanitário, alguns itens que estão incluídos são vidro quebrado, lixo de gato e cerâmica. O estado planeja reduzir à zeras o usos de aterros sanitários até 2030.
5. Suíça
Em toda a cidade de Zurique, na Suíça, existem cerca de 12.000 pontos de reciclagem diferentes. A reciclagem é feita através da coleta porta a porta ou nos pontos de coleta de reciclagem. É obrigatório reciclar na Suíça e se não o fizer pode resultar em multas. 50% do lixo é reciclado e o restante é usado para produzir energia. Nenhum dos resíduos criados na cidade ou no país acaba em aterros sanitários que reduzem as emissões de gases de efeito estufa.
4. Cingapura
A cidade de Cingapura tem um dos menores usos de aterros sanitários do mundo. As empresas deste país são totalmente responsáveis pelos resíduos que produzem e como eles os eliminam. Os resíduos são coletados em caminhões designados e levados para centros onde são separados em diferentes fluxos de reciclagem. O país possui apenas um aterro sanitário que é predominantemente utilizado para plásticos não recicláveis, o restante dos resíduos que não podem ser reciclados é incinerado.
3. Coréia do Sul
Durante 1995, a taxa de reciclagem de alimentos da Coréia do Sul foi de 2%, agora suas taxas aumentaram para um impressionante 95%. O país conseguiu reduzir seu desperdício alimentar com a implicação de uma taxa de desperdício alimentar, as famílias pagam uma pequena taxa mensal para cada saco de restos de alimentos biodegradáveis. Todos os resíduos devem ser classificados nas categorias específicas, e devem ser achatados ou comprimidos antes que possam ser reciclados. Quase tudo pode ser reciclado na Coréia do Sul, por exemplo: aço, tecido, TVs, Sofás e isopor.
2. Inglaterra
Leeds no Reino Unido é o lar de um grande esquema de reciclagem chamado Zero Waste Leeds. Zero Waste Leeds não só recicla uma ampla gama de resíduos, como também reutiliza itens indesejados e cria artigos e dicas para reciclagem. No ano passado, Leeds recebeu 12.000 toneladas de resíduos de vidro, este ano há agora 700 bancos de garrafas localizados em toda a área. Há também um projeto onde o público pode doar artigos desnecessários de uniformes escolares e kits esportivos que depois são doados às famílias e crianças que deles necessitam, isto não só ajuda a comunidade local, mas também reduz a quantidade de resíduos têxteis.
1. Alemanha
A Alemanha está liderando o caminho na gestão e reciclagem de resíduos. Com a introdução de seu esquema de reciclagem, o país foi capaz de reduzir seu total de resíduos em 1 milhão de toneladas a cada ano. A Alemanha recicla 70% de todos os resíduos produzidos, o que é o máximo do mundo. O país conseguiu isto através de suas políticas de resíduos, as empresas são responsabilizadas se suas embalagens são ou não recicláveis, quando os consumidores compram bens, eles são então responsáveis pela eliminação dos mesmos. Além dessas políticas, o país implicou na política do Ponto Verde, o que significa que todas as embalagens recicladas devem ser marcadas e precisam ser aprovadas para usar essa marca. As empresas também têm que pagar uma taxa quando mais embalagens são usadas, o que levou não apenas a menos embalagens, mas também a vidros, papéis e metais mais finos. Há 5 caixotes diferentes usados para diferenciar resíduos e lixo.
Fonte:
https://sustainabilitymag.com/top10/10-countries-tackling-plastic-pollution
Taí o barulho todo da COP26, uns a favor, outros contra. Discursos inflamados, apresentações caprichadas, acordos e desacordos, protestos e manifestos em torno do assunto sustentabilidade. A pergunta que não quer calar tem a ver como o que fazemos, na prática, para que isso seja algo concreto, palpável, crível.
Um artigo publicado recentemente na Sustainability Magazine ilustra bem o nosso desafio ao declarar que “by putting long term financial and environmental benefits over short term profits, it’s possible for a company to be…simultaneously sustainable and profitable”, ou seja, “ao colocar os benefícios financeiros e ambientais de longo prazo sobre os lucros de curto prazo, é possível que uma empresa seja…simultaneamente, sustentável e lucrativa”.
Em outras palavras, ser sustentável é algo que demanda persistência, confiança e atitude ao inovar, empreender, investir e atender. Não adianta só fazer apresentações, tem que testar, medir, aprimorar e implantar. Não adianta pensar no digital sem antes saber fazer no analógico. Não adianta faturar antes de investir. Não adianta teorizar antes de praticar.
Praticar, aliás, é o que estamos fazendo ao nos associarmos à LencPrint Soluções Inteligentes para organizar a disposição, a coleta, o transporte, a destinação final e a rastreabilidade de água contaminada com tinta, resultado da operação de um parque gráfico em São Paulo. A operação é pequena, a geração é lenta e contínua, nossas empresas são modestas, mas o desafio é gigante, pois todo o processo precisa ser feito cuidadosa e continuamente.
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FONTES:
https://sustainabilitymag.com/magazine
https://sustainabilitymag.com/esg/sustainability-good-business-and-morals-says-skycell
https://www.linkedin.com/feed/update/urn:li:activity:6864938791287693312
Nico Ros, CTO e cofundador da SkyCell, sobre como as práticas sustentáveis na indústria farmacêutica podem ser tão boas para as margens como para a moral
As crescentes preocupações dos consumidores em torno de questões ambientais e sociais significam que a sustentabilidade está cada vez mais no topo da agenda dos governos e das empresas. Estas últimas podem frequentemente recear que os esforços para melhorar a sustentabilidade da concepção, fabrico, operações e logística dos seus produtos sejam “mais problemáticos do que valem” e que, de forma crucial, possam prejudicar os seus resultados.
Mas este é um medo que precisam ultrapassar. No seguimento da adoção generalizada da concepção de produtos e serviços centrados no utilizador, que tem estado no centro da atual fase de transformação digital, a próxima grande tendência na concepção deverá centrar-se na sustentabilidade – particularmente na indústria farmacêutica.
Apesar dos receios, é possível a uma organização encontrar um equilíbrio entre altruísmo e rentabilidade quando se trata dos seus esforços de sustentabilidade.
Reutilizar e reciclar
No auge da pandemia, a cadeia global de abastecimento viu-se confrontada com a manipulação do rápido envio de milhões de vacinas, em contentores seguros, protegidos e com temperatura controlada. Uma das soluções mais inovadoras para esta situação foi o recipiente híbrido – um recipiente “inteligente” capaz de monitorizar a temperatura do seu conteúdo. Para além das suas capacidades inteligentes, que reduzem as emissões de CO2, estes contentores são quase inteiramente feitos de materiais recicláveis, minimizando assim os resíduos plásticos. São também – criticamente – reutilizáveis.
Esta é uma consideração importante para qualquer empresa que procure introduzir um design mais sustentável – desde a concepção de um produto ao longo de todo o seu ciclo de vida. A longo prazo, o material mais barato será sempre um material que pode ser reutilizado. Por conseguinte, vale a pena criar um mecanismo através do qual se possa recuperar um produto no final da sua vida útil natural.
Também é importante que as empresas considerem como incentivar os seus clientes a comportarem-se de uma forma mais sustentável. Por exemplo, se uma empresa farmacêutica se limitasse a eliminar, em vez de reutilizar os seus recipientes quando chegassem ao seu destino, a empresa teria de gastar mais dinheiro a comprar novos recipientes de cada vez e o impacto ambiental estaria sempre a aumentar.
Equilibrar os compromissos e custos dos ESG
A maioria das empresas estabelecem hoje metas ambientais como parte dos seus esforços ESG (ambientais, sociais e de governança empresarial), para mostrar o seu empenho na redução do carbono, por exemplo, e as medidas que estão a tomar para cumprir os objetivos ambientais. Isto deve ser encorajado, evidentemente, uma vez que muitos consumidores procuram ativamente empresas sustentáveis, e muitos investidores procuram empresas com um forte desempenho dos ESG.
Em empresas maiores, especialmente, os acionistas e investidores estão geralmente mais preocupados com os retornos financeiros do que com os objetivos de sustentabilidade. Embora muitas soluções sustentáveis tenham custos iniciais mais elevados – se pensarmos nos painéis solares em comparação com o pagamento de eletricidade, ou um carro elétrico versus um a gasolina – são mais baratos em longo prazo. O mesmo acontece com os recipientes farmacêuticos – os recipientes Híbridos custam mais em comparação com uma solução de sentido único, mas vale a pena em longo prazo quando se tem em conta quase todos os produtos que chegam ao destino sem uma excursão de temperatura, o que significa que não há custos de reteste, ou de refabricação.
Equilibrar os dois pode ser um desafio, mas há uma mudança com cada vez mais empresas a integrar os indicadores-chave de desempenho do ESG nos objetivos de gestão, e a relatá-los juntamente com o desempenho financeiro.
A maioria das empresas está a fazer o que pode para assegurar uma maior sustentabilidade na forma como operam, e na forma como os seus produtos são concebidos. Mas isso não precisa prejudicar os seus resultados. Ao colocar benefícios financeiros e ambientais em longo prazo sobre os lucros em curto prazo, é possível que uma empresa seja… Simultaneamente sustentável e lucrativa.
Fonte: https://sustainabilitymag.com/esg/sustainability-good-business-and-morals-says-skycell
Quando John Elkington cunhou o termo sustentabilidade com o tripé dos seus aspectos econômicos, ambientais e sociais em 1994, ele não poderia imaginar que tal ideia traria tamanho impacto para a sociedade deste milênio. As empresas, sempre elas, compraram a ideia e passaram a tratar sustentabilidade como um diferencial bacana. A própria ONU evoluiu dos ODM (Objetivos do Milênio) para os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) em 2015. Daí para o surgimento da sigla ESG, a evolução foi natural.
Vivemos, todavia, num mundo de paradoxos onde o ser tem sido substituído cada vez mais pelo ter, pelo parecer, pelo divulgar e pelo curtir. Quando se examinam as opções práticas para nos tornarmos empresas “sustentáveis”, descobre-se o conflito de mito versus realidade. Não estamos falando do conceito de mito dos antigos gregos, mas sim de iniciativas que parecem ótimas, enquanto realidade traduz-se em dificuldades inerentes à implantação factual de tais iniciativas.
Analisemos, então, três iniciativas fantásticas que tem ocupado um enorme espaço no debate de ideias e nos parecem fundamentais para a salvação do nosso planeta, porém sob o prisma da realidade de uma pequena empresa – nós próprios, a ADS Logística Ambiental.
Primeiro, a substituição da energia elétrica convencional por uma fonte renovável e natural de energia solar. Investigamos a possibilidade de instalar painéis fotovoltaicos na cobertura da nossa central de operações em Barueri. O mito surge da percepção de que traremos impactos muito positivos tanto para o meio ambiente quanto para o suprimento cada vez mais escasso de energia elétrica sujeita a crises hídricas, backup por meio de termoelétricas e tarifas escorchantes. Todavia, o investimento se torna inviável quando o proprietário do imóvel (locado) não se dispõe a considerar qualquer tipo de amortização ao longo da locação, mesmo sabendo que, quando desocuparmos o imóvel, não levaremos as placas embora. Não faz sentido aprofundar muito a comparação energia elétrica versus energia solar se o horizonte de payback do investimento é inexistente.
Segundo, nos parece fantástica a ideia de substituir veículos a combustão por veículos elétricos. Quem não gostaria de aparecer bonito na foto divulgando a aquisição de caminhões elétricos para o bem da sociedade? Mais uma vez, nos detivemos a analisar os benefícios da mudança. Dificuldade inicial: não temos espaço para a instalação das baias de carregamento elétrico no nosso pequeno terminal. Ademais, trabalhando com recursos próprios, o desembolso para a adoção de veículos elétricos está num patamar bem acima daquele em que nos encontramos, principalmente porque nossa frota atual tem idade média inferior a três anos. Por fim, nossa operação não se limita às áreas urbanas e muitas vezes cumprimos roteiros de centenas de quilômetros em regiões que não dispõem de estações de carregamento compartilhadas.
Terceiro, a redução das emissões, até porque muitos nos questionam a razão de recolhermos itens pós-consumo em todo o país e trazê-los todos para Barueri/SP. Seria preferível a implantação de redes regionais de coleta e destinação final? Claro. Porém, a legislação ambiental prevendo a necessidade de licenciamento de instalações apropriadas para a logística ambiental sofre enorme influência de legislações municipais e estaduais absolutamente desconexas entre si quando se pensa na complexidade de uma federação com 27 entes distintos e a abrangência territorial brasileira. Se a geração dos resíduos, e consequentemente a coleta, se dá, por exemplo em Santa Fé do Sul/SP (na divisa entre São Paulo e Mato Grosso do Sul), sigo para Campo Grande/MS – a 452 km – ou retorno para São Paulo/SP – 626 km? Logisticamente, não há fluxo viável no sentido de Campo Grande, e então a redução de emissões fica a ver navios. Sem contar que, ainda que não aplicável ao nosso negócio, milhares de caminhões e carretas seguem “passeando” pelo Brasil afora para “trocar a nota fiscal”, prática amplamente conhecida e resultante da guerra fiscal entre os estados. Se isso não bastasse, as solicitações de retirada de itens pós-consumo dos mais de três mil pontos atendidos pela ADS Logística Ambiental em todo o país não são feitas de forma a viabilizar a organização de roteiros capazes de otimizar o transporte e reduzir as emissões dos veículos envolvidos. Nossos clientes ficam sem espaço para acumular toners vazios, e demandam a sua retirada imediata. As lâmpadas descartadas não podem esperar a organização de um itinerário otimizado de atendimento, porque se tornam um problema na organização do almoxarifado das empresas. Quem descarta pilhas, baterias, e tantos outros artigos eletroeletrônicos, quando empresas, não podem usufruir da rede de pontos de entrega voluntária criada a partir do acordo setorial, pois precisam de “documentação” para apresentar a auditores e fiscais que diligentemente demandam comprovação da correta disposição dos resíduos gerados.
Dessa forma, seguimos em frente buscando criar um ambiente de negócios sustentável do ponto de vista econômico (sem atendimento às necessidades de nossos clientes, a empresa não é remunerada e não sobrevive), ambiental (mesmo sem as placas fotovoltaicas e os veículos elétricos, reciclamos 100% do material que recebemos, inclusive as embalagens que nossos colaboradores trazem de casa) e social (prestando um serviço de qualidade superior, geramos empregos e renda a tantas famílias, além de formar profissionais e cidadãos com maior conhecimento e experiência sem deixarmos de buscar maneiras criativas, inovadoras, inspiradoras e disruptivas (parte do vocabulário da moda) para sobrevivermos.
Com essa mentalidade e atitude, contribuímos para um “desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. ”Nossos avós talvez nos dessem conselhos como “não mude pelos outros” ou “seu nome é seu bem mais valioso” ou ainda “trabalho só vem antes de dinheiro no dicionário”, que podem não ser tão atuais, nem modernos, tampouco buzzwords do mundo corporativo, mas certamente nos trouxeram até aqui. Relativizando o mito e viabilizando a realidade, é possível que, aí sim, estejamos criando gerações futuras mais humanas.
Quer saber como sua empresa pode se beneficiar dessa nossa atitude? Converse com a nossa equipe. Sinta-se à vontade para comentar, sugerir, compartilhar, pesquisar e evoluir conosco.
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Fontes:
https://ideiasustentavel.com.br/horizonte-sustentavel/
https://www.significados.com.br/mito/
https://estradao.estadao.com.br/caminhoes/caminhao-eletrico-cada-vez-mais-reais/
https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/
Logística reversa viabiliza a economia em modelos sustentáveis de negócios
Em nossa sociedade atual uma empresa de sucesso deve sempre levar em conta alguns fatores. Entre eles estão o seu relacionamento com o planeta e o meio ambiente, com as pessoas e também com a economia.
Além do ideal ambiental, tão importante e enraizado em nossos dias, o conceito de sustentabilidade se interliga também com as questões relacionadas ao lucro, produção e ao reaproveitamento.
Nesse cenário, no braço monetário da economia circular, viabilizado em processos de logística reversa, existe recuperação de valores no descarte de itens pós-consumo? A resposta é: sim!
A começar pelos valores que inicialmente parecem não ser monetários, – mas que podem representar ganhos até maiores que os advindos do papel moeda -, podemos citar a imagem de uma empresa.
Para um fabricante, pode parecer que os consumidores só vejam seus produtos, sem se preocuparem com a postura e a atitude empresarial. Porém, 82% dos brasileiros consideram a sustentabilidade um tema importante e 62% prefere pagar mais caro por um item que agrida menos o meio ambiente.
Os dados são da Opinion Box, uma plataforma de pesquisa de mercado que entrevistou mais de 2.200 pessoas em junho de 2021. No mesmo levantamento, 81% das pessoas menciona que sente maior prazer em comprar produtos sustentáveis.
A postura e atitude de uma empresa, diante da sociedade e do mundo, podem influenciar os negócios, ainda que não se relacione diretamente com os bens que produz. Nesse ponto, como mostra a pesquisa, fica fácil perceber que uma boa imagem agrega valor e consequentemente irá trazer lucro.
Além disso, o próprio conceito de economia circular envolve o reaproveitamento, ou seja, redução de custos na compra de matérias-primas, no armazenamento ou transporte. Muitas vezes também colabora com a otimização de tempo e as etapas de trabalho. Reaproveitar também significa conquistar mais receita e assim ter mais capital para investir.
Como mencionado, a natureza da operação da logística reversa tem o objetivo de reutilizar itens pós-consumo e reinseri-los na cadeia produtiva. Dessa forma, partes desses produtos também podem ser comercializadas.
No âmbito do descarte de resíduos existe também a possibilidade da chamada recuperação fiscal. Seu objetivo é deduzir tributos em função da realização de um descarte adequado.
A operação deve ser realizada por meio de uma empresa de logística reversa autorizada, que irá proceder com as operações necessárias para emissão de um laudo. De posse desse documento é requerida a dedução fiscal, que consiste na recuperação de parte dos impostos pagos sobre o material descartado como resíduo.
No mundo atual fica claro que qualquer relacionamento comercial deve satisfazer empresas, clientes, fornecedores, governo e toda a sociedade. Portanto cada braço da cadeia de produção e de reaproveitamento é permeado por fatores econômicos.
Na cadeia logística reversa, o pilar da economia, – que pode ser entendido de diversas formas (lucro, imagem, financeiro, dedução de impostos, meio ambiente, logístico) -, representa um importante elo do modelo de trabalho moderno.
Dessa forma, o fluxo financeiro representa a motivação e o interesse que viabiliza um novo valor agregado aos produtos. Como parte do processo, o lado econômico traz o equilíbrio entre preservação do meio ambiente, respeito às pessoas, ao mesmo tempo em que visa o lucro e a sustentabilidade.
Por muito tempo as pessoas achavam que os termos “capitalismo” e “verde” jamais conseguiriam se integrar. A história é descrita por John Elkington, consultor britânico referência no segmento da sustentabilidade. Porém, cada vez mais o modelo Triple Bottom Line torna-se real e necessário, permitindo que empresas mantenham-se financeiramente viáveis, equilibrando sua atuação com lucro, respeitando pessoas, sociedade e o meio ambiente.
Muitos resíduos podem e devem retornar à cadeia produtiva em nome da economia circular e os benefícios para empresas, sociedade e meio ambiente
Na medida em que a civilização se desenvolveu, a partir de avanços e descobertas, novos materiais e usos foram sendo incorporados ao cotidiano dos indivíduos e consequentemente, de alguma forma, devolvidos em forma de lixo na natureza.
Assim como foram criados diversos produtos, surgiu também a necessidade de se pensar em seu descarte. Foi-se o tempo em que as casas e até empresas tinham apenas uma lata, geralmente em metal, escrita “Lixo” e ali eram jogadas todas as coisas que as pessoas não queriam mais ver.
Mas afinal, o que pode ser considerado lixo? Na sociedade atual a questão é de grande relevância e, como iremos perceber, a questão envolve a natureza, o setor econômico, o meio ambiente, empresas e todos os cidadãos.
O termo “lixo” é a derivação de uma palavra latina (lix) que significa cinza, geralmente relacionada às cinzas dos fogões. Ou seja, o termo pode ser definido pelos restos das atividades humanas, consideradas pelos seus geradores como coisas inúteis, indesejáveis ou descartáveis.
Historicamente, no consenso geral das pessoas, o lixo era entendido como algo sujo, que deveria ser jogado para fora das casas. Porém, no âmbito técnico, aquilo que precisa ser descartado também pode ser tratado pelo termo resíduo ou rejeito. A diferença entre eles se dá por seu aproveitamento e a sua destinação.
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) resíduo é todo o material, substância, objeto ou bem que já foi descartado, mas que ainda comporta alguma possibilidade de uso.
Seu retorno ao mercado ocorre por meio da logística reversa, reaproveitamento ou de processamento industrial. Os materiais mais comuns encontrados em resíduos são compostos por metal, plástico, vidro, entre outros.
Ainda é importante ressaltar que a PNRS estabelece a logística reversa como um dos instrumentos para implementar a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos que utilizamos.
Dessa forma, pela Lei Federal nº 12.305/2010 e por meio de acordos setoriais, os fabricantes devem se responsabilizar pelo retorno dos materiais que colocam no mercado, assistidos pela colaboração do Poder Público e de toda a sociedade.
Entre os produtos e resíduos compreendidos por essa obrigatoriedade estão: os agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; produtos eletroeletrônicos e seus componentes; além de medicamentos e suas embalagens.
Já no caso dos rejeitos, estamos falando de materiais que não podem mais ser reaproveitados ou que não possuem uma solução economicamente viável para retornar ao mercado. Como exemplo estão o lixo de banheiro, guardanapos de papel, entre outros, que devem ser descartados adequadamente.
De forma geral, o lixo nacional contém muito mais resíduos do que rejeitos, fator que reforça cada vez mais a necessidade das empresas e da sociedade a repensarem a maneira que consomem e principalmente a forma como descartam seus materiais.
Tal é a importâncias dos resíduos, que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou a ABNT NBR 10004, a norma que tem o objetivo de regulamentar e definir estes materiais.
Entre muitos artigos, a ABNT classifica os resíduos conforme a sua atividade e os define como resíduos nos estados sólido e semissólido, resultante de atividades de origem doméstica, industrial, comercial, hospitalar, agrícola, de serviços e de varrição.
Além disso, existem muitos outros desdobramentos da NBR 10004, que regulamentam resíduos líquidos, gases, e os classificam ainda em periculosidade, toxicidade, definindo até os métodos utilizados para seus ensaios.
No caso da destinação de rejeitos, também deve existir a preocupação para a sua destinação adequada, seja em aterro sanitário, aterro controlado, lixão ou em outros locais.
A gestão de resíduos consiste em um processo específico, a ser realizado por empresa especializada, que saiba lidar com tais materiais com segurança e profissionalismo, e que seja capaz de emitir os certificados propostos pela Lei.
O processo de logística ambiental inclui embalagens específicas, equipamentos e operações auditáveis, com rastreabilidade. Este modelo de trabalho contribui para a implantação da economia circular e o compliance ambiental.
Foi ainda no século 19 que os primeiros veículos automotores com motores a combustão foram apresentados ao mundo. Karl Benz, Gottlieb Daimler, Wilhelm Maybach, Rudolf Diesel, Ferdinand Porsche, Henry Ford, William Morris, Walter Chrysler, Louis Chevrolet, Armand Peugeot e os irmãos Louis, Marcel e Fernand Renault, dentre muitos outros, revolucionaram o modo como nos locomovemos, nas cidades ou nas estradas, a trabalho ou a lazer, sozinhos ou acompanhados.
Em 2020, 77,9 milhões de veículos automotores foram produzidos em todo o mundo, e mesmo que consideremos uma queda de 15,8% em relação à produção global do ano anterior, 2019, ainda podemos refletir: e para onde irão todos eles ao final da sua vida útil? Por um momento, deixemos a questão dos combustíveis fósseis não renováveis de lado para focar no que vai sobrar depois que nosso querido carro zero km não for mais bacana assim, quando ele virar sucata.
O peso médio de um carro compacto gira em torno de 1.300 kg, enquanto um SUV ultrapassa os 1.600 kg. Um pelo outro, colocamos alguns caminhões e ônibus no pacote, conta de padeiro mesmo, chegamos a 120 mil toneladas de veículos automotores produzidos em 2020. Agora, imagine alguém com consciência ambiental descartando uma singela latinha de alumínio, que pesa aproximadamente 14,9 gramas, num ponto de reciclagem. Reciclar a latinha de alumínio é algo mundialmente aceito e praticado, não é? Só mais um pouquinho de matemática, e todos aqueles veículos automotores fabricados no ano passado equivalem a aproximadamente a oito bilhões de latinhas de alumínio, isto é quase uma latinha para cada habitante da Terra. Por ano.
Enfim, vamos parar de produzir, comprar, utilizar e descartar nossos veículos? Não.
Mas talvez seja importante pensar em como esses veículos se transformam depois de nos servirem por tanto tempo.

A nossa operação de logística ambiental procura, além de coletar, transportar, separar, destinar e documentar os diversos componentes de um veículo automotor, também mapear como isso é feito e mensurar o impacto para a sociedade.
Confessamos que ainda não encontramos uma solução mágica para o problema. Tampouco criticamos o consumo das pessoas pois isso é uma escolha pessoal. O que, sim, fazemos, é tentar estudar um pouco melhor o antes-e-depois dos itens pós-consumo que nós movimentamos todo dia e buscar maneiras mais inteligentes de aproveitar os recursos materiais, tecnológicos, energéticos e ambientais aos quais temos acesso.
Fonte:
https://www.acea.auto/figure/world-motor-vehicle-production/
Um segmento completa o outro, tendo em comum a urgência de ações
O que a logística ambiental tem a ver com a segurança do trabalho? Muita coisa! A começar pela importância de cada segmento, ambos se devolveram e foram aperfeiçoados com o passar dos anos e os dois estão voltados para garantir a melhoria da vida (nas empresas e nas cidades) e do ambiente (de trabalho, da economia e do planeta).
Ainda na justificativa da importância, a logística ambiental promove a reintrodução de itens pós-consumo na cadeia produtiva e economia circular. Dessa forma aproveitam-se melhor os recursos, diminuindo a exploração da natureza, assim como o volume crescente em aterros sanitários. Quando não é possível utilizar algum item ou resíduo, promove-se então o descarte adequado para este material. Entre as várias etapas desses processos um dos procedimentos é justamente a segurança no trabalho e a diminuição de riscos.
E por que a segurança no trabalho também é importante e se conecta diretamente com a logística ambiental? Porque falamos em cuidados necessários para a vida e o ambiente em que vivemos. Para se ter uma ideia, o número de acidentes e afastamentos de trabalho no Brasil é considerado alto, sem falar nas subnotificações. Entre 2012 a 2020 foram registradas 54.171 ocorrências somente na profissão dos coletores de lixo, de acordo com dados da SmartLab, em iniciativa conjunta do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Este é somente o exemplo de uma área, que ilustra a importância de se garantir a segurança nos postos de trabalho. Os processos de logística ambiental, quando realizados de forma profissional e consciente, colaboram muito para diminuir todos os riscos possíveis.
Em tempos de economia circular é relevante perceber como as duas áreas se encadeiam e se complementam. Por exemplo, ao implantar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos, novos procedimentos são adotados e uma nova consciência se anuncia nas empresas. Cada etapa é planejada e executada por profissionais habilitados, que levam em conta equipamentos e segurança nas operações, promovendo a redução de riscos operacionais, comportamentais e ambientais.
As normas de segurança do trabalho e a utilização de EPIs, equipamentos que são utilizados nos processos de logística reversa, fazem parte da mesma cadeia. Após o uso, estes mesmos equipamentos de proteção despontam nos processos de geração e descarte, como itens pós-consumo, com a destinação final adequada, garantida e documentada.

A gestão dos resíduos sólidos tem em suas primeiras etapas a verificação e planejamento das embalagens adequadas para o descarte, manuseio e transporte de cada tipo de resíduo. Este processo garante a segurança do trabalho, na medida em que elimina o manejo inapropriado de itens pós-consumo.
O plano de segurança laboral também se estende para a esfera da saúde mental. Dessa forma se volta para o engajamento dos colaboradores nas iniciativas da empresa, nas tarefas desenvolvidas e na redução do estresse de trabalho. Nos princípios da logística reversa o programa de incentivo ao reúso, à redução e a reciclagem, pode indicar o início de uma vida mais consciente, econômica e sempre em segurança.
Em comum uma exigência fundamental tanto para a logística ambiental como para a segurança do trabalho: o tempo. Ambos são urgentes e necessários. Quando falamos em ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), sob o lema de que o setor privado torna-se essencial para o desenvolvimento, fica claro e imperativo o papel das duas áreas para o agora. Por isso, além de teorias e postagens é preciso implantar estratégias hoje, para sempre cuidar do nosso tempo.
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