Foi ainda no século 19 que os primeiros veículos automotores com motores a combustão foram apresentados ao mundo. Karl Benz, Gottlieb Daimler, Wilhelm Maybach, Rudolf Diesel, Ferdinand Porsche, Henry Ford, William Morris, Walter Chrysler, Louis Chevrolet, Armand Peugeot e os irmãos Louis, Marcel e Fernand Renault, dentre muitos outros, revolucionaram o modo como nos locomovemos, nas cidades ou nas estradas, a trabalho ou a lazer, sozinhos ou acompanhados.
Em 2020, 77,9 milhões de veículos automotores foram produzidos em todo o mundo, e mesmo que consideremos uma queda de 15,8% em relação à produção global do ano anterior, 2019, ainda podemos refletir: e para onde irão todos eles ao final da sua vida útil? Por um momento, deixemos a questão dos combustíveis fósseis não renováveis de lado para focar no que vai sobrar depois que nosso querido carro zero km não for mais bacana assim, quando ele virar sucata.
O peso médio de um carro compacto gira em torno de 1.300 kg, enquanto um SUV ultrapassa os 1.600 kg. Um pelo outro, colocamos alguns caminhões e ônibus no pacote, conta de padeiro mesmo, chegamos a 120 mil toneladas de veículos automotores produzidos em 2020. Agora, imagine alguém com consciência ambiental descartando uma singela latinha de alumínio, que pesa aproximadamente 14,9 gramas, num ponto de reciclagem. Reciclar a latinha de alumínio é algo mundialmente aceito e praticado, não é? Só mais um pouquinho de matemática, e todos aqueles veículos automotores fabricados no ano passado equivalem a aproximadamente a oito bilhões de latinhas de alumínio, isto é quase uma latinha para cada habitante da Terra. Por ano.
Enfim, vamos parar de produzir, comprar, utilizar e descartar nossos veículos? Não.
Mas talvez seja importante pensar em como esses veículos se transformam depois de nos servirem por tanto tempo.

A nossa operação de logística ambiental procura, além de coletar, transportar, separar, destinar e documentar os diversos componentes de um veículo automotor, também mapear como isso é feito e mensurar o impacto para a sociedade.
Confessamos que ainda não encontramos uma solução mágica para o problema. Tampouco criticamos o consumo das pessoas pois isso é uma escolha pessoal. O que, sim, fazemos, é tentar estudar um pouco melhor o antes-e-depois dos itens pós-consumo que nós movimentamos todo dia e buscar maneiras mais inteligentes de aproveitar os recursos materiais, tecnológicos, energéticos e ambientais aos quais temos acesso.
Fonte:
https://www.acea.auto/figure/world-motor-vehicle-production/